domingo, 13 de novembro de 2011

camisa rasgada

Ele ligou, disse que estava chegando.
Ela, olhou a casa e viu o redomoinho que tinha passado, pegou o primeiro lençol cubriu tudo, assoprou a mesa, escondeu o resto de comida e jogou as coisas para debaixo do sofá. "-Clichê", pensou.
Sabia que não ia dar certo, mas mesmo assim tentou.
Ele, chegou, com seu jeito meticuloso/metódico... olhou tudo, e ela tremeu. Sabia que ele tinha visto e descoberto o que havia passado, mas como ele não havia dito nada. "-Pra quê?" ela pensou. E assim foi levando, passaram-se os meses e ela nunca teve o tempo necessário para arrumar todas as coisas, "-São muitas coisas" dizia. E ele foi passando o olho por cima, tentando encaixar as coisas nos espaços livres e ela tentando, aceitar os novos lugares, que até pareciam bons... mas não eram os corretos. "-Sou metódica demais" ela pensava.
E os dias foram passando, a névoa foi deixada para trás com os sopros que ele dava... mas não era suficientes, porque ela sabia que estava tudo fora do lugar... e isso bastava. E esperou mais alguns dias, pensou.. ponderou e balanceou. Nunca achava o peso correspondente. "Balança burra", pensava
E foi aí que em um dia qualquer de verão, o chamou para passear, dar uma volta despretenciosa. Embaixo do sol, com todos os dedos, trejeitos e palavras-sem-jeito, o pediu para que voltasse só quando ela terminasse. Ele olhou, não achou uma boa idéia, disse que poderia ajudar, claro. "São poucas coisas", pensava ele. Mas aceitou a idéia... afinal, ela pediu. E ao final, perto do fim do parque ele a perguntou quando podia voltar, e então, ela disse que voltaria para chama-lo, e voltaria com a unica camisa que ele tinha deixado no chão do seu apartamento. Porque mesmo depois de tudo, ele a reconheceria.